A equipe de transmissão também será formada exclusivamente por mulheres
Símbolo da luta histórica por igualdade entre gêneros, este domingo (08 de março) é o Dia Internacional da Mulher. Para homenagear o importante marco, pela primeira vez um jogo do Novo Basquete Brasil (NBB CAIXA) – 2020 contará com um trio de arbitragem 100% feminino. Além disso, como no ano passado, toda a transmissão será feita por mulheres. A partida será disputada entre EC Pinheiros e Pato Basquete, no ginásio Poliesportivo Henrique Villaboim, em São Paulo (SP), e será transmitida pelo Facebook.
A escalação conta com Andreia Regina Silva, Maria Cláudia Comodaro, Juliana Roveri e Crislaine Fernandes Alves como árbitras – esta última responsável pelo Instant Replay, fora de quadra. Além delas, Danielle Cicerelli Salemme participará como representante do jogo.
Maria Cláudia Comodaro vê nesta iniciativa da Liga Nacional de Basquete a oportunidade de levar adiante a conquista das mulheres por espaço. “Fazer parte de um trio feminino pela primeira vez no NBB CAIXA é uma maneira de dar sequência à caminhada que tantas outras mulheres pioneiras trilharam até aqui. É uma mistura de alegria e responsabilidade enorme, pois representar a classe feminina em uma cultura brasileira ainda machista é um grande desafio. Espero fazer junto com minhas companheiras um excelente trabalho, mostrando que nós, mulheres, podemos ocupar qualquer espaço, basta ter muita dedicação e amor naquilo que se faz”, disse.
Como Maria Cláudia, a árbitra Juliana Roveri espera retribuir o convite com um ótimo trabalho em quadra. “Eu diria que esta é uma oportunidade histórica e também uma grande responsabilidade”, disse.
Andreia Regina Silva, por sua vez, acredita que a proposta da Liga representa uma visão de coragem. “Não que tenha que ser corajoso para colocar três mulheres apitando juntas, mas é corajoso ter uma visão de valorizar o profissional independente do gênero. Então se você tem três ou mais mulheres que mandam bem na quadra, por que não colocá-las”, explicou.
Para a transmissão da disputa, compõem o time Luciana Mariano (ESPN) na narração; a ex-jogadora e campeã do mundo pela Seleção Brasileira de 1994, Helen Luz, nos comentários; e Luiza Oliveira (Band) e Giovanna Terezzino (NBB) na reportagem. As estatísticas também serão comandadas por mulheres, com a participação das oficiais Anderli de Oliveira Sabino e Viviane Bezerra da Silva, que trabalharam nos Jogos Olímpicos de 2016.
Segundo Luciana Mariano, as participações femininas na disputa do domingo são importantes no tocante à representatividade. “A liga mostra com essa iniciativa que qualquer garota pode sonhar em narrar, comentar, reportar e arbitrar no basquete brasileiro. E é exatamente disso que precisamos agora, exemplos de tudo que podemos fazer como mulheres”, afirmou.
A repórter do NBB, Giovanna Terezzino, concorda que esta proposta do NBB seja de grande relevância. “Sabemos que o ambiente esportivo ainda é considerado masculino, então estar em uma entidade que entende a importância de dar voz e visibilidade para mulheres que fazem seu trabalho de forma brilhante me deixa extremamente feliz e realizada”, disse.