Uma das maiores jogadoras que o Brasil conheceu e também entre as maiores técnicas da história do basquete brasileiro, Maria Helena Cardoso será uma das homenageadas no Campeonato Brasileiro Feminino 2021. A ex-técnica da Seleção Brasileira, de 81 anos, dará nome ao troféu que será entregue ao melhor treinador ou treinadora do torneio que começa no dia 17 de setembro, com a participação de 16 equipes e apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC).
“Me sinto muito feliz com essa homenagem e o que o basquete feminino do Brasil está fazendo no meu nome. E todas as outras que participaram da Seleção de Bronze, da Seleção de 1971. E peço a todos que gostam de esporte, que sigam pensando e trabalhando para ajudar nosso basquete feminino. Estou feliz que a direção da CBB pensa no feminino do que muitos anos atrás, e a Paula, a Adriana, que estão batalhando pelo basquete feminino. E tenho certeza que terão sucesso. Foram atletas das mais dedicadas que tive. Agradeço essa homenagem e também passou o agradecimento de todas as minhas companheiras, que conseguiram dar um impulso no basquete feminino do Brasil. Obrigado, CBB”, disse Maria Helena.
Maria Helena, ainda como atleta, foi bronze no Mundial de 1971, no Ibirapuera, em São Paulo, e foi uma das desbravadoras da modalidade no país. Nascida em Descalvado, São Paulo, jogava basquete no São Carlos Clube e depois no XV de Piracicaba onde atuou por quase duas décadas. Destacou-se também na seleção brasileira, onde permaneceu durante dezesseis anos. Na Seleção, além do bronze no Mundial, foi campeã do Pan de Cali, em 1971, e prata no Pan de 1963 e de 1959.
Como treinadora, iniciou como técnica também no XV de Piracicaba, trabalhando com crianças nas escolas e participando de campeonatos regionais. Em equipe principal estreou em 1984, na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Conquistou diversos títulos brasileiros, sul-americanos e mundiais.
Alcançou a seleção brasileira feminina em 1986. No ano seguinte, conseguiu a medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis. Em 1991 levou a equipe, liderada por Magic Paula e Hortência, à medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 1991 em Havana, vencendo a seleção de Cuba na final. Também obteria neste mesmo ano a inédita classificação da equipe feminina para os Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992. Em sua primeira participação olímpica, a seleção sob seu comando alcançou o sétimo lugar. Ao fim desta competição, deixou a seleção.
“A Maria Helena, eu não vi jogando, tive a oportunidade de ver alguns vídeos. Mas o meu contato com a Maria Helena foi como minha treinadora, nossa mestra. Educadora. E ela representa não só essa geração que rompeu barreiras e preconceitos na parte como jogadora, mas como treinadora ela é a mulher que começa, nos anos 1980, a dirigir equipes, foi treinadora da Seleção. Nada mais justo do que homenagear quem abriu caminhos para que outras mulheres se inspirassem para ser futuras treinadoras. Convivi muitos anos. É minha amiga. Maria Helena me conhecia mais que a minha mãe e eu conhecia ela mais que a família dela. Esse reconhecimento com elas ainda em vida, e dizer para elas o que elas foram, poderem desfrutar e receber essa homenagem, para mim é o mínimo que podemos fazer por elas” finalizou Paula Gonçalves, a Magic Paula, diretora do naipe feminino e vice-presidente da Confederação Brasileira de Basketball (CBB).