Obra enfoca a atividade e a lucratividade da indústria mundial do esporte
O Esporte proporciona emoção, causa incríveis sensações de vitória e une pessoas das mais diferentes origens na torcida por um time ou atleta. Mas é também um importante criador de riquezas e gerador de empregos. Tendo em mente esta ideia e números expressivos, que dão conta de que esta indústria movimenta em todo o mundo, anualmente, cerca de US$ 700 bilhões (R$ 2,2 trilhões), o jornalista Claudio Nogueira, redator da Agência O Globo, lançou na Bienal do Livro, no Rio, em setembro, sua mais nova obra, “Esporte: Usina de Sonhos e de Bilhões“.
“A ideia da pesquisa que está se concretizando neste livro surgiu a partir da minha própria realidade dos tempos em que fui repórter da Editoria de Esportes do Globo e produtor de jornalismo do SporTV. Foram praticamente 25 anos me dedicando à cobertura esportiva, e ao longo do período, fui aprendendo a ver o Esporte não só como um sistema de campeonatos e competições, mas como algo que faz parte da história e da cultura humanas, além de ser este business (negócio) enfocado no livro”, explica Nogueira.
Na obra de 156 páginas, o jornalista começa fazendo uma introdução em que explica como a humanidade criou o dinheiro e como este se tornou um dos assuntos mais debatidos pelos seres humanos. Em seguida, o autor vai mergulhando no Planeta Esporte, explicando como surgiu; quais são os vários tipos de esporte; e demonstra como essa indústria, que não fabrica produtos concretos (como carros ou aparelhos de TV) movimenta tanto dinheiro mundo afora.
“Procuro falar também sobre ‘satélites’ deste Planeta Esporte, como o marketing esportivo e o jornalismo esportivo, atividades profissionais que derivam do Esporte em si e geram milhares de empregos. Há também um capítulo em que demonstro como os atletas, que eram vistos na Antiguidade como filhos dos deuses, atualmente se tornaram importantes garotos-propagandas de marcas mundialmente reconhecidas. Na obra também me refiro aos denominados ‘estádios planetários’. Por meio deles, em qualquer lugar, por celular, laptop, computador ou TV, podemos acompanhar os maiores eventos, como as Olimpíadas ou a Copa do Mundo. Por fim, há uma seção em que enfatizo que o Esporte tem a ver com lutas, emoções e comida na mesa, já que é uma usina de sonhos e de bilhões, conforme está no título do livro”, acrescenta o autor. “Por meio do Esporte, como jornalista, pude visitar países e conhecer culturas com as quais alguém que foi criado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, uma área carente do Estado do Rio, jamais poderia ter sonhado”.
Formado em Comunicação Social pela extinta Faculdade da Cidade, em 1985, e posteriormente pós-graduado em Marketing Esportivo pela extinta Gama Filho, em 2007, Nogueira é jornalista desde 1986, quando ingressou na Editoria Rio (assuntos locais) do Globo como estagiário. Foi contratado pelo mesmo veículo em 1987, ainda na seção de notícias locais, em que permaneceu até 1993, quando se transferiu para a Editoria de Esportes do mesmo diário. Lá, participou de importantes coberturas: Olimpíadas de Atenas (2004), Pequim (2008) e de Londres (2012); Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo (2014); Jogos Pan-americanos de Winnipeg (1999), Santo Domingo (2003), Rio de Janeiro (2007), de Guadalajara (2011) e Toronto (2015); além, de outros eventos, como os Mundiais de Basquete de 2002 (masculino) e de 2006 (feminino), o Mundial Paraolímpico de Atletismo (2011) e diversos GPs de F-1, F-Indy e do Mundial de Motovelocidade. Entre 2016 e 2018, integrou a equipe de Produção de Jornalismo do SporTV, pelo qual cobriu as Olimpíadas e as Paralimpíadas Rio-2016. Desde dezembro de 2018, é um dos redatores da Agência O Globo.
Torcedor do Vasco da Gama, Nogueira conta que acabou se apaixonando pelo jornalismo de forma indireta, ainda criança, nos anos 70, porque acompanhava o noticiário do clube pelos jornais, revistas, rádio e TV. Já na adolescência, quando teve de se decidir por uma carreira profissional, a Comunicação Social acabou sendo uma escolha praticamente natural.
Este não é o primeiro livro do jornalista de 54 anos. Desde 2006, publicou diversas obras, com destaque para o e-book “O Brasil no Planeta Basquete”.