Camaronês já perdeu quase da metade dos jogos da carreira por lesão

Imagem: Divulgação
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Joel Embiid, atleta do Philadelphia 76ers, tem convivido frequentemente com problemas físicos. Fora do restante da temporada 2024/2025, na sexta-feira (11 de abril), os Sixers anunciaram que o atleta passou por uma artroscopia para reparar a lesão crônica no joelho e será reavaliado daqui seis semanas. Ele perdeu grande parte da edição de 2023/2024 da NBA devido a uma ruptura do menisco no joelho esquerdo e desde então sofre com dores na região. O histórico de contusões do pivô, porém, levanta questões sobre o seu futuro na modalidade, com possibilidades de uma aposentadoria forçada.

Segundo Rafael Cristane Michel, fisioterapeuta esportivo associado à Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe Brasil), o menisco é responsável pela estabilidade do joelho, e seu rompimento pode ocorrer em situações de giro sobre o joelho, trocas de direções, aterrissagens de saltos e contato entre os atletas, questões comuns no basquete.

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“Os meniscos têm como uma de suas principais funções transferir e absorver cargas dentro do joelho, além de facilitar a acoplagem entre o fêmur (osso da coxa) e entre a tíbia (osso da canela), fundamental para a estabilização da articulação. Por isso, essa estrutura recebe constantemente forças de compressão e tração durante movimentos, especialmente em esportes com trocas repentinas de direção e movimentos de aceleração desaceleração, deixando o menisco mais suscetível a lesões”, afirma o profissional.

Embiid já sofreu diversas contusões, o que o levou a perder muitos jogos. Ao longo de 11 anos na NBA (foi draftado em 2014), o camaronês só ultrapassou a marca de 65 jogos em duas temporadas: 21-22, onde disputou 68 partidas; e em 22-23, com 66, foi eleito MVP da Liga.

Para efeito de comparação, se contados todos os confrontos que ele perderá até o fim desta temporada com os ausentes de outros anos, tem-se uma ausência de quase 50% na temporada regular: ele disputou apenas 452 dos 883 jogos disponíveis.

Um dos principais desafios enfrentados pelo pivô é o histórico de problemas no joelho, que já o tiraram de 182 partidas. O atleta sofreu uma lesão no menisco do joelho esquerdo em 2016/2017 que exigiu cirurgia. Posteriormente, rompeu o menisco do joelho direito em 2021/2022. Na temporada 2023-2024, passou por uma ruptura no menisco lateral de seu joelho esquerdo e realizou uma artroscopia para reparar a lesão. Além disso, na atual edição do torneio, o atleta precisou realizar o mesmo procedimento novamente devido a complicações contínuas no local.

“A ciência diz que a probabilidade de uma segunda lesão para quem já sofreu uma lesão primária anteriormente na mesma região é maior, o que deixa o atleta mais vulnerável. Além disso, existem variáveis não-modificáveis que possuem uma influência significativa na aparição das lesões, como: idade e lesão prévia. Elas se manifestam como uma espécie de ‘tatuagens’ na qual o atleta carregará ao longo de toda a sua trajetória profissional”, explica Felipe Meira, à Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe Brasil).

De acordo com a Reuters, 84% dos atletas que realizam um procedimento cirúrgico na região do joelho conseguem voltar a praticar o esporte. No entanto, apenas 42% deles conseguem retomar as atividades de forma profissional. Para aqueles que já realizaram mais de uma cirurgia no mesmo joelho a situação fica ainda mais complicada: 70% não conseguem atuar em alto nível novamente e correm o risco de piorar ainda mais a condição da área, devido ao desgaste.

Com apenas 58 jogos disputados nas duas últimas temporadas, Embiid pode viver um drama ainda maior. Caso não se recupere 100% e ultrapasse o período de um ano desde a última partida que atuou na competição (22 de fevereiro de 2026), o MVP da NBA em 2022-23 pode ter sua aposentadoria médica solicitada pelo Philadelphia 76ers. Dessa forma, a equipe não teria que arcar mais com os salários restantes no contrato, deixando o atleta livre.