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Antes de tudo, obrigado. Nosso sentimento é de agradecimento e felicidade pelos quase 60 dias mágicos vividos pelo basquete brasileiro com o título do Pré-olímpico de Riga, a classificação para a Olimpíada de Paris 2024 e o posto de Top 8 no mundo cada vez mais global e desafiador do basquete masculino.

Voltamos a competir contra os melhores, mostramos o talento do brasileiro e conquistamos um lugar de respeito no cenário internacional, mesmo com a clara diferença de orçamento e todas as dificuldades enfrentadas no último ciclo, dentro do processo de restruturação do basquete nacional.

Foto: Divulgação/CBB

Deixamos claro para todos que temos qualidade para jogar de igual para igual com qualquer um do mundo, como nos tempos de medalhas olímpicas e mundiais. No meio de um processo de renovação natural da Seleção, trouxemos nomes como Yago, Guilherme Santos, Mãozinha, Lucas Dias, Didi, Georginho, Caboclo, jovens que brilham desde as categorias de base nas Seleções e em seus respectivos clubes, e que tiveram sua primeira participação olímpica.

Foi nossa terceira participação em olimpíada nas últimas quatro. E temos a certeza de que podemos ir muito mais longe. De que podemos brigar por medalhas nos próximos ciclos. Mas, para isso, é necessário investimento. Funcionando praticamente apenas com o orçamento da Lei Piva, junto ao COB, fizemos muito. Mas precisamos de apoio público, de patrocínio de gigantes estatais, além do apoio privado a um esporte olímpico tão apaixonante, para que possamos fazer muito mais.

Seleção de novos e Seleções de base; mais Camps, dentro e fora do país; projetos de prospecção e desenvolvimento de jovens valores; maior intercâmbio internacional; acompanhamento próximo das nossas promessas; centro de treinamento; o fortalecimento dos campeonatos de seleções estaduais, celeiro de craques desde a década de 1960; o reforço na escola de treinadores da modalidade, e no Instituto Basquete Brasil, um ativo pedagogico com potencial para alavancar a qualidade e quantidade de profissionais que atuam no basquete.

Os projetos estão prontos. Os melhores profissionais do país estão empolgados com o momento, com a oportunidade única de dar um passo grande para uma futura medalha em Olimpíada ou Mundial. Se com tão pouco, fizemos tanto, imagina o que seria possível com investimento similar ao de outras modalidades no país?

Em pouco mais de seis anos, saímos de uma punição internacional da FIBA, diminuímos dívida trazida por uma gestão catastrófica e que só agora tem o seu grande responsável penalizado pela justiça. Colocamos salários em dia. Impostos. E estamos prontos para voltar a investir através da Lei de Incentivo ao Esporte, projetos e patrocínios públicos.

No feminino, apesar da não participação olímpica, somos os atuais bicampeões dos Jogos Pan-Americanos, campeões da AmericupW, e voltamos a jogar campeonatos mundiais na base. Além disso, estamos em franca renovação com nomes como Kamilla, Stephanie, Micaela, Alexia, entre outras. E também trouxemos ao país o último Pré-Olímpico da modalidade, com três das maiores seleções do mundo vindo jogar em Belém. É preciso citar que todos esses projetos e ações elencados, englobam com igualdade o basquete feminino.

Que o ecossistema se una cada vez mais, que cada um tenha ciência da sua posição e trabalho, e respeito, principalmente, pela modalidade, lembrando a necessidade de hierarquia no basquete brasileiro.

Esperamos que todos os órgãos esportivos do país aproveitem mais essa chance olímpica, e que possam, juntos, trabalhar pelo basquete e demais esportes brasileiros, como:

– Valorização da educação física nas escolas, entendendo o real significado do esporte no desenvolvimento do cidadão e na detecção precoce de talentos de acordo com seu biótipo e talento

– Flexibilização do CREF para que ex-jogadores de basquete profissionais possam ensinar a modalidade, desde que credenciados pela Escola Nacional de Treinadores e Instituto Basquete Brasil

– Investimento público na modalidade, através do patrocínio de estatais, e que as grandes empresas privadas do país possam valorizar o esporte olímpico não apenas após as medalhas, e sim ajudando a construir vitórias

– Respeito à modalidade nos municípios, com a reforma e ampliação do número de espaços públicos para a prática de basquete, hoje em grande parte vandalizados ou abandonados

– Valorização de projetos sociais ao redor do país, de onde crianças são salvas do crime e muitas vezes se tornam atletas internacionais

– Respeito às Federações estaduais de todas as modalidades, que, ao lado dos clubes, são as incubadoras do esporte brasileiro, e precisam de investimento para que possam realizar mais campeonatos no país

Nosso agradecimento ao Comitê Olímpico do Brasil, o grande parceiro do basquete brasileiro nesses últimos anos, nossos colaboradores, ao Comitê Brasileiro de Clubes e seus filiados, treinadores, atletas, projetos sociais, fornecedores, parceiros, federações estaduais, todos que patrocinaram a CBB nesses últimos anos, e a todos que diariamente fazem basquete no Brasil.

Guy Peixoto Jr