O Sesi Franca Basquete e o CR Flamengo estão empatados nas Finais do Novo Basquete Brasil (NBB CAIXA) – 2018/2019. Mas, não é só no placar da série (1 a 1). Cada equipe dominou uma partida diante de sua torcida e justificou as grandes atuações com estratégias certeiras, em um grande duelo de pranchetas.
Agora, o desempate acontecerá neste sábado (25 de maio), no ginásio Municipal Pedro Murilla Fuentes (Pedrocão), em Franca (SP), às 14h30 (de Brasília), com transmissão ao vivo pelos canais Band, Fox Sports, ESPN e Facebook do NBB.
As estratégias até agora têm ditado o ritmo da série entre Franca e Flamengo, que vem rendendo grandes desdobramentos táticos até aqui. No Jogo 01, os rubro-negros investiram em uma defesa fechada, sem dar espaços para infiltrações ou rebotes ofensivos, além, é claro, da mortal saída em transição, um dos grandes trunfos da equipe. Resultado final: 82 a 68 para o Fla, que abriu as Finais com tudo no Maracanãzinho.
A resposta francana veio de uma forma parecida no Jogo 02. A equipe da Capital do Basquete apostou em um jogo de extrema velocidade e intensidade, não só nas saídas para contra-ataque, mas até mesmo em situações de 5×5.
Na defesa, o Franca teve, entre tantos outros, o mérito de limitar o ala Marquinhos, grande destaque individual do Flamengo na temporada, a apenas quatro pontos – pior marca desde novembro de 2018. No final, vitória por 88 a 79 no Pedrocão e empate na série.
“Mudamos um pouco nossa defesa em relação ao que fizemos lá no primeiro jogo, conseguimos alinhar e jogamos de forma mais intensa. Ganhamos consistência defensiva e no ataque conseguimos explorar um pouco mais dentro daquilo que estavam defendendo. Isso foi importante, nos deu um volume e um ritmo de jogo maior, o que foi fundamental para aumentar nosso aproveitamento nos arremessos de quadra”, falou o técnico do Franca, Helinho Garcia.
Fez parte também da estratégia do Franca imprimir um ritmo intenso desde que a bola subiu. Desta forma, a equipe ficou atrás no placar apenas nos três primeiros minutos e, desde então, não largou mais a ponta do marcador e foi para o intervalo com 15 pontos de vantagem (51 a 36).
“Não conseguimos fazer uma boa defesa no primeiro tempo e eles (Franca) abriram uma vantagem logo no início. Depois, para correr atrás numa final de campeonato jogando fora de casa é bem complicado. Até reduzimos a diferença no final, mas eles acertaram ataques cruciais e conseguiram a vitória. Franca acertou os erros que cometeu no Rio, agora nós vamos acertar nossos erros para buscar a vitória no sábado”, analisou o ala/pivô Olivinha, do Flamengo, eleito MVP da Galera do Jogo 01.
Essa pegada fulminante por parte do Franca foi bem diferente do que aconteceu no Jogo 1, em que o Flamengo, com um nítido espírito de luta e entrega durante os 40 minutos, liderou o placar desde o primeiro instante da partida até o estouro do cronômetro, com vantagem que chegou a ser de 20 pontos no segundo tempo.
“Basicamente eles foram mais velozes do que nós. Jogaram com mais velocidade no ataque, o que não aconteceu no Jogo 1, em que eles ficaram mais estáticos e nos permitiram ajustar a defesa com mais facilidade. Dentre outras coisas, acho que essa questão da velocidade acabou fazendo a diferença”, disse Gustavo De Conti.
Os rebotes também são um ponto importante dessa série. No Jogo 1, o Flamengo, time que mais pega rebotes na atual temporada do NBB (42,5 por jogo), usou os rebotes para levar vantagem em momentos cruciais no Maracanãzinho. Foram 42 no total, sendo 12 ofensivos, com direito a 11 pontos de segunda chance. Já o Franca pegou 36 no Jogo 1.
Já no Jogo 02, o time do técnico Gustavo De Conti também pegou mais rebotes que os francanos (40 x 35), mas o time do técnico Helinho soube controlar as segundas chances do Flamengo nos momentos mais cruciais. No entanto, o Flamengo cresceu na partida justamente quando começou a pegar mais rebotes ofensivos. Foi no terceiro quarto, em que o time pegou seis das 12 sobras ofensivas de toda a partida, quando a diferença caiu de 15 para quatro pontos.
“Até o momento em que dominávamos o garrafão e tirávamos os rebotes ofensivos deles, conseguimos uma vantagem de até 16 pontos. Depois, fomos um pouco mais devagar, perdemos alguns rebotes defensivos e demos mais volume para eles. Isso não pode acontecer e precisamos melhorar. Nossa defesa já melhorou em relação ao primeiro jogo, mas ainda precisa ser um pouco melhor, especialmente nos rebotes”, analisou o armador francano Alexey, eleito MVP da Galera no Jogo 2.
Brilhos individuais também marcam série
Falando agora da parte individual, o Jogo 2 também foi digno de grandes atuações, tanto por parte do Franca quanto pelo Flamengo. O que dizer, por exemplo, sobre a noite de Lucas Dias?
Ele, que teve atuação bem abaixo do esperado no Jogo 1 (15 pontos, mas com 5/16 nos arremessos de quadra), tirou a zica e foi aquele Lucas Dias que todos viram até a semifinal (21,7 pontos, 5,2 rebotes, 2,2 assistências e 21,8 de eficiência nos playoffs), com duplo-duplo de 19 pontos e 10 rebotes e ainda 24 de eficiência.
“Minha atuação foi reflexo do time. No primeiro jogo não tivemos uma atitude muito boa. Hoje foi diferente, todo mundo do banco veio bem, a energia que tivemos na partida foi diferente. Não só eu, todos conseguiram contribuir, o David Jackson, o Alexey mais uma vez, o Elinho, o Jimmy, que estava com uma adrenalina fora do normal. Isso foi fundamental para a gente ter saído daqui com a vitória”, disse Lucas Dias.
Teve também David Jackson, que jogou o fino após uma partida um pouco abaixo no Jogo 1 e encerrou o Jogo 2 como cestinha do Franca, com 21 pontos, além de quatro rebotes, duas assistências e 24 de eficiência.
“Sempre tento fazer um pouco de tudo, um bom chute, um pick’n roll ou um poste baixo. Estou tendo vantagem no poste baixo contra os jogadores do Flamengo por eu ser mais forte, mas provavelmente eles vão fazer alguns ajustes nisso. Isso faz parte dos playoffs, cada jogo é uma história diferente”, afirmou o ala David Jackson”, reiterou o norte-americano do Franca.
Além disso, o jovem armador Alexey computou mais uma boa atuação em seus minutos de quadra (10 pontos, 2/4 nos chutes de 3 pontos, duas assistências e dez de eficiência). Já o ala Jimmy, desencantou após uma atuação abaixo no primeiro duelo e também contribuiu com bons números na vitória francana – 12 pontos (86% de aproveitamento), quatro rebotes e 15 de eficiência.
Do lado rubro-negro, o pivô Anderson Varejão (16 pontos, cinco rebotes e 15 de eficiência) e o armador argentino Franco Balbi (18 pontos, dois rebotes, quatro assistências e 19 de eficiência) jogaram bem mais uma vez, mesmo com o resultado adverso para o clube carioca.