por Marcel de Souza

Marcel de Souza
Marcel de Souza

Médico (Dr. Basket): -Muito bem, senhor. Pode se levantar.
Paciente: – Tá tudo bem doutor?
Médico: Sim, tudo bem.
Paciente: -Obrigado. Desculpe-me perguntar, mas eu conheço o senhor de algum lugar… Qual é o seu nome?
Médico: -Marcel, senhor. Dr. Marcel.
Paciente: -O senhor jogava basquete, né?
Médico: -Sim, fui jogador.
Paciente: -Eu me lembro. Jogava com Valmir e o Asa Branca. Lembro-me bem. Tinha o Urubatã também…
Médico: -Sim. Obrigado por lembrar.
Paciente: -Obrigado o senhor!
OBS: Como é que faz prá não gostar de ser o basqueteiro?

A ME MI FÀ MORIRE
Eu sempre tive a certeza que nós temos uma escola de árbitros de alto nível.

Nos tempos mais tristes do nosso basquete, quando ficamos fora de três Olimpíadas, os nossos juízes (Renatinho, Maranho, etc) sempre estiveram onde a ação está.

Sem contar o nosso passado glorioso de Righetto, Agra, Affini, Gelsomini, Piovesan, Pelissari e outros (que eu não me recordo, mas podem me lembrar que eu retifico), que mantiveram o nosso nível mundial de arbitragem. Para mim, o juiz de basquete tem que ser um missionário. Ele sabe que tem o poder nas mãos, mas tem que ter a temperança e o senso de justiça de usar tal poder em benefício do jogo.

Ele escutará coisas e verá coisas, que só terão sentido se esse benefício for atendido.

Usar de artimanhas como faltas fora da bola e faltas técnicas para controle do jogo não deveria jamais fazer parte do arsenal e opções dos árbitros.

A profissão de juiz de basquete infere “per se” jurisprudência, coerência, paciência e compaixão. Sem isso, é impossível ser árbitro de basquete.

BEAM ME UP
Estou aqui comemorando o aniversário da Dona Loira (84 anos bem vividos) e Carlos Domingos Massoni, o Mosquito, me chama ao Face Time.

Primeiro me espanto que um vetusto senhor, no auge dos seus 70 e muitos anos, se utilize de um meio tão moderno de comunicação para me contatar.

Joguei com ele no Mundial de 74 em Porto Rico e também no início da minha carreira no EC Sírio.

Mosquito é medalhista olímpico em 60, Roma e campeão pan-americano em 71 na Colômbia (entre outros títulos). Entre assuntos familiares, já que nos conhecemos desde 73, e outros, discorremos sobre as corrutelas comuns que levamos na nossa carreira de basqueteiros e chegamos à conclusão de que , no basquete, só tem sucesso quem “se esquece” dos outros e pensa somente nele e nos seus. Mosquito é um outsider e como tal, pensa na liberdade, no bem comum e no esporte que ele ama.

Não é à toa, que levou tanta rasteira e não teve o reconhecimento que merecia.

A conversa se interrompeu porque outro grande campeão, Laerte Gomes, lhe telefonou e ele teve que lhe dar atenção. Gostei muito de ter conversado com ele e sua esposa (ela que lhe trouxe o telefonema do Laerte). Eu também me sinto um outsider.

EL BIGODON
Todo mundo sabe que me dá vertigem não ver um brasileiro dirigindo a nossa seleção.

Isso não tem nada a ver com a capacidade técnica do bigode e eu não sou tonto de duvidar da mesma.

O que me deixa mais nervoso é que ele quer impor seus conceitos de jogo num lugar onde isso é impossível de dar certo.

Ele está aqui desde a última Olimpíada e ainda insiste em conceitos que funcionaram com certos jogadores excepcionais (e a nacionalidade desses jogadores não tem nada a ver com isso), mas que é tudo muito diferente por aqui.

Bem, isso é uma coisa.

A outra é não apoiar a preocupação do Rubão quanto ao pouco tempo de jogo dos nossos principais jogadores na NBA. Estamos todos preocupados porque já perdemos Splitter, todo o resto joga pouco, e não sabemos com quem realmente contaremos.

Daí o pessoal fica falando que o bigode não teria que falar isso desse ou daquele jogador e etc e tal. Gente, o cara tá com um pepino nas mãos muito difícil de se lidar.

Olimpíadas aqui, o pessoal jogando pouco, sei lá quanto tempo ele terá para treinar e treinar é o que ele vai mais precisar.

Vamos dar um tempo a ele.

A gente precisa de todo mundo.