A readequação do calendário, realizada em 2019 para iniciar a temporada sempre em 08 de março
Até 2018, a Liga de Basquete Feminino (LBF) e as principais ligas europeias eram disputadas em calendários similares, geralmente entre novembro e junho, fazendo com que o campeonato nacional deixasse de receber os principais nomes do país, que rumavam ao velho continente. Novos destaques não conseguiam um contrato na Europa sem ficarem ausentes do Brasil por pelo menos um ano.
Desde então, nomes como das pivôs Érika de Souza, Clarissa dos Santos e Nádia Colhado voltaram a defender equipes brasileiras como Vera Cruz/Campinas, Sampaio Basquete e Ituano, os últimos três campeões nacionais. Outros destaques, como Raphaella Monteiro, Tainá Paixão e Alana, têm feito a ponte Brasil-Europa nos últimos anos. Por quê?
A readequação do calendário da LBF, realizada em 2019 para iniciar a temporada sempre em 08 de março, Dia Internacional da Mulher, permitiu que as atletas pudessem atuar nos dois continentes, disputando competições durante todo o ano.
“Lá em 2018, juntamente o com o conselho e as equipes, tomamos essa decisão, respeitando também os calendários estaduais, para que pudéssemos oferecer um calendário anual para as atletas e a possibilidade de intercâmbio em outros países. Hoje, as atletas estão colhendo os frutos desse planejamento – elas têm jogado e recebido oportunidades como nunca antes”, destaca Ricardo Molina, presidente da Liga de Basquete Feminino (LBF).
Após a edição de 2021, considerada por muitos a mais disputada da história da competição e que terminou com o título inédito do Ituano, o basquete brasileiro aumentou sua representatividade nas ligas europeias.
De acordo com o acompanhamento realizado pela comissão técnica da seleção brasileira, o país tem atualmente cerca de 20 atletas no velho continente – 15 delas estiveram em quadra pela liga nacional neste ano, número quase duas vezes maior que o de 2020. – Confira a lista completa no final do texto.
Atuar no Brasil e na Europa parece ideal para a insaciável Érika de Souza. “Para mim, sempre é importante conquistar títulos. Gosto desse desafio e de liderar as equipes em que estou”, diz Érika, que voltou a ser campeã brasileira após 8 anos – ela havia vencido a LBF também em 2013, com o Sport Recife. De volta à Espanha, onde levantou o título nacional por oito vezes, a pivô tem uma missão inédita na carreira: levar o CB Jairis, da região de Murcia, sudeste espanhol, à primeira divisão. Depois disso, caminho livre para a LBF 2022, para a qual já recebeu propostas.
“(A readequação do calendário é) Importante em tudo: tanto financeira, quanto tecnicamente. Podemos sair de um campeonato forte e levar essa experiência para o Brasil”, completa de Souza.
Em 2020, em seu primeiro ano na Europa, Alana Gonçalo buscava aprender o estilo de jogo espanhol e incrementar seu arsenal dentro de quadra. A experiência foi fundamental para que a armadora fosse um dos destaques da campanha vitoriosa do Ituano – com direito a troféu de MVP das Finais.
“Ter a oportunidade de jogar a LBF e no exterior é, sem dúvida, a melhor opção para mim e acredito que (também) para a maioria das meninas que optam em sair do país para jogar. Aprendemos muito sobre o jogo internacional quando saímos do Brasil e é de extrema importância poder voltar para casa e trocar experiências com todas as jogadoras que disputam a LBF e outros campeonatos”, afirma Gonçalo.
A Liga de Basquete Feminino (LBF) conta com a chancela da Confederação Brasileira de Basketball e tem a Wilson como fornecedora de material esportivo oficial, a TV Cultura como emissora oficial, a GOL como companhia aérea oficial, o apoio do Comitê Brasileiro de Clubes, as parcerias da Espaçolaser e da Patriani, e o apoio via Lei de Incentivo ao Esporte de AB Concessões, Açúcar Guarani, Colorgin, Hospital Vera Cruz e Tópico.