O duelo foi realizado em Osorno, no Chile

O 'brabo' Alex Garcia foi um dos destaques do Brasil / Foto: FIBA
Foto: FIBA

Não faltavam atrativos para a estreia do Brasil nas eliminatórias da Copa do Mundo da China-2019. Não bastasse o novo formato da competição, nos mesmos moldes do futebol, a seleção brasileira estreava o técnico croata Aleksandar Petrovic e ainda contava com o esperado retorno do pivô Anderson Varejão, que não defendia o país desde a eliminação para a Sérvia no Mundial da Espanha, dia 10 de setembro de 2014. Diante de tanta expectativa e de um público de cerca de 3.500 torcedores, que lotou o ginásio Monumental Maria Gallardo, na sexta-feira (24 de novembro), na cidade chilena de Osorno, o resultado foi o que todos esperavam. Apesar da resistência dos donos da casa no primeiro tempo, a equipe do Brasil soube se impor e derrotou o Chile por 86 a 73 (37 a 28 no primeiro tempo).

Sem defender o Brasil desde a eliminação para a Sérvia no Mundial de 2014, na Espanha, Anderson fez uma boa partida e mostrou que está 100% recuperado das lesões. Em pouco mais de 18 minutos em quadra, o pivô anotou 11 pontos e nove rebotes. Alex, com 14 pontos, foi o cestinha do Brasil e Lucas Dias e Léo Meindl, com 11 cada, e Hettesheimeir, com nove, também se destacaram.

O JOGO
Além dos experientes Anderson Varejão, Benite e Alex, Petrovic escolheu o caçula Yago, de apenas 18 anos, e Lucas Dias, ambos do Paulistano, para iniciar as eliminatórias. Com uma jogada de cesta e falta, Reyes abriu o placar e colocou o Chile em vantagem. Lucas Dias deu o troco num chute de três e deixou tudo igual. Mas os chilenos erravam menos e fizeram 6 a 2. O ginásio veio abaixo, mas a seleção não se desesperou.

Com mais bagagem internacional, aos poucos o quinteto do técnico croata foi encontrando seu ritmo. A 4’45 do fim do primeiro quarto, Benite colocou o Brasil à frente pela primeira vez numa bola de dois. Yago, com dois lances livres, e Alex aumentaram a diferença para seis, mas Marechal num arremesso de três diminuiu o prejuízo e pôs números finais ao primeiro quarto: 15 a 12.

Ainda no primeiro quarto, Hettesheimeir e Lucas Mariano entraram nos lugares de Lucas Dias e Varejão, respectivamente. Na volta para o segundo período foi a vez de Ricardo Fischer e Leo Meindl substituírem Yago e Alex. Com uma formação nova, a seleção abriu 20 a 14 e calou o Monumental Maria Gallardo. Mas os chilenos vendiam caro cada bola e diminuíram novamente a vantagem brasileira para apenas dois pontos (21 a 19).

Benite deu lugar a Jhonatan, mas foi Leó Meindl que, com quatro pontos seguidos, voltou a deixar a seleção com uma pequena folga no placar. Desta vez de sete pontos, a maior do jogo até então. As duas equipes erravam demais, e o placar oscilava entre seis e três pontos de frente a favor dos brasileiros. Até que Hettesheimeir anotou cinco seguidos, e o Brasil abriu oito. Herrera deu o troco com duas bolas certeiras e trouxe a diferença para quatro, mas Alex mostrou porque tem o apelido de Brabo. Com uma cravada que calou o ginásio, colocou o Brasil novamente seis pontos à frente. Fischer ainda anotou uma bola de três para ampliar a vantagem brasileira para nove antes do intervalo.

Se os erros nas bolas de três persistiram no início do segundo tempo, o domínio nos rebotes, tanto defensivo como ofensivo, foram fundamentais para a diferença pular para 14 pontos. Anderson dominava o garrafão, mas foi Alex o responsável pelas quatro cestas seguidas que deixaram a seleção com a maior folga na partida. O treinador chileno trocou a marcação para zona, mas a mudança não surtiu efeito, e foi o Brasil que abriu 16 pontos com Lucas Dias. Dai em diante, a seleção de Petrovic controlou a partida, não passou mais sustos e foi para o último período vencendo por 15 pontos.

A seleção voltou para os dez minutos finais disposta a liquidar a partida e não dar qualquer chance de reação aos donos da casa. Com uma marcação forte e errando menos no ataque, o Brasil aumentou a diferença de 15 para 21 em pouco menos de três minutos. Mas a maior vantagem do jogo parece ter desconcentrado a seleção. Alex e Fischer foram punidos com duas faltas técnicas e a vantagem caiu para 16. Mas, com uma bola de três, Jhonatan esfriou a reação dos donos da casa.

Os chilenos, no entanto, não se entregavam. Na base da vontade e empurrados por cerca de 3.500 pessoas, os donos da casa diminuíram a diferença para 13 pontos a pouco mais de três minutos do fim. Mas a seleção mostrava maturidade e tranquilidade para manter o jogo sob controle. Com um cesta de Léo Meindl e uma bandeja de Jhonatan, a seleção abriu 17 novamente e praticamente pôs fim à reação adversária. O Chile ainda conseguiu diminuir a diferença para 11, mas era tarde para tirar a vitória do Brasil.

Jogaram pela seleção brasileira: Yago (10), Vitor Benite (03), Alex (14), Lucas Dias (11) e Anderson Varejão (11). Entraram: Rafael Hettesheimeir (09), Lucas Mariano (9), Ricardo Fischer (03), Leo Meindl (11), Jhonatan (05), Fúlvio e Antônio. Técnico Aleksandar Petrovic. A estatística completa da partida pode ser conferida neste link: http://www.fiba.basketball/basketballworldcup/2019/americas-qualifiers/2411/Chile-Brazil/#|tab=boxscore_statistics.