Desde 17/06/2009 que o diploma de jornalismo não é mais exigido para o exercício da profissão. Esse fato tem trazido uma série de efeitos devastadores à sociedade. Ao cursar uma Faculdade de Comunicação Social, séria e comprometida com a educação, o futuro profissional, além de absorver todo o conteúdo ministrado, prepara-se com enorme responsabilidade para mudar de status. Pois, formado, não será mais receptor de notícias mas, sim, difusor de informações!
É claro que, como em qualquer profissão, um conjunto de pré-requisitos são necessários para a boa prática: além do saber adquirido pelo universitário, um dom é indispensável! Só que, a meu ver, apenas um destes itens isolado não é condição suficiente para se trabalhar bem. Ou seja, não adianta nada possuir todas as características para ser um bom jornalista, mas não conhecer as técnicas básicas; também não adianta nada passar quatro anos na faculdade absorvendo conhecimentos se não tiver uma mínima aptidão para atuar na área.
Primeiro, enfatizo que, juntamente com o fim da obrigatoriedade do diploma, vieram grandes prejuízos ao processo de difusão das informações! Depois, o advento e o crescimento de todas as redes sociais contribuíram sobremaneira para que “desabilitados” conseguissem notoriedade, apelando para o pitoresco e até para o ridículo, sem qualquer critério. Isso é perigoso; pois, quando estamos exercendo a função de jornalista, um dos efeitos imediatos é ajudar o leitor/ouvinte/espectador a formar opinião; imagine se isso é feito sem a devida responsabilidade necessária e sem o conhecimento efetivo da causa?
Como exemplo, posso citar a última Eleição Geral, quando o país viveu a proliferação de notícias falsas, as famosas ‘fake news’, que atingiram os quatro cantos do nosso imenso Brasil. As redes sociais foram irresponsáveis, soltando “torpedos” minuto a minuto, confundindo a cabeça dos eleitores, numa briga suja e baixa; pior, sem qualquer regra, possibilitando o anonimato do autor. A grande pergunta que fica é: quem fiscaliza as redes sociais, quais são as normas de uso, entre outras indagações pertinentes e importantes?
Mas, mesmo ciente de que todos os setores do nosso dia-a-dia estão sendo atingidos por esses sérios problemas, vou abordar o basquetebol, que é a área em que milito já há algum tempo. Nos últimos anos, alimentadas pelo falso entendimento de crescimento ou conquista de “espaço”, as redes sociais ganharam uma notoriedade desmedida e incontrolável, com qualquer um conseguindo o seu espaço, independente de sua formação específica; as redes sociais aceitam tudo. Mas, tudo mesmo!
Com esse panorama muitos amantes da bola laranja – a maioria formada por torcedores – se encorajaram a criar os seus espaços nas mídias sociais e passaram a comentar os fatos do cotidiano do basquetebol sem o menor conhecimento – específico e geral – o que não é o ideal! Na verdade, está muito longe disso!
Insisto em perguntar, quem é que fiscaliza o conteúdo postado nas redes sociais?
Agora, faça um teste e pergunte para essa nova classe de difusores da informação, o que é: 3Q + CO + PQ? Certamente, poucos saberão responder!