A ex-jogadora e atual treinadora, Sarith Anischa, inicia uma série de textos com temas voltados as mulheres que jogam basquete e lutam bravamente pelo seu espaço nas quadras de todo o País, com a coluna ‘O nosso lado da bola’. Confira o primeiro texto da nova colunista do Databasket:
O processo egóico dos homens quando jogam com mulheres
Por quantas quadras já passamos e os vimos os meninos jogando com toda a garra contra outros meninos? Quantas brigas saem em virtude de uma bola contraditória? Mas, você já viu quando tem alguma menina em quadra? Percebeu como diminuem o contato? Como fazem cortes mais lentos? Como praticamente dão a bola para elas?
Digo isso, porque já vivi muitas e muitas vezes essa situação. E, respondo categoricamente: não sou a favor!
Sou a favor de jogar da mesma maneira, sou a favor de fazer uma cesta por competência e não por dó. Gostamos de marcar quem está atacando 100% e não quem está atacando 60%, porque está na frente de uma mulher; gostamos de roubar uma bola por conhecimento técnico, não por um ataque lento. Se nós estamos em quadra, temos que ter o mesmo respeito do que o outro menino que estava jogando no time anterior.
Vamos fazer uma bola bonita, sem ter que ser ovacionada como se fosse por sorte, pois foi treinada para ser bem executada; vamos para o contato, porque não temos medo do contato; e vamos passar uma bola ‘boa’, porque sabemos ler o jogo.
Vamos jogar com vocês porque somos iguais, não gostamos da segregação e não gostamos da discriminação. Gostamos da ação, do respeito, do fair play, do jogo pelo jogo, da igualdade, do amor pelo basquete e, no final, vencerá quem jogar melhor, independente do gênero.
(*) Sarith Anischa é técnica de basquetebol