A experiente treinadora chegou a 101ª conquista na carreira
O 101º título não é para se esquecer. Pelo menos assim vai ser com a técnica Thelma Tavernari, homenageada pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB) por sua 101ª conquista na carreira, desta vez no comando da Seleção Brasileira Sub-14, no Campeonato Sul-americano, disputado na Venezuela, em outubro. No intervalo do jogo entre EC Pinheiros e Sendi/Bauru Basket, na quinta-feira (14 de dezembro), Thelma recebeu das mãos de Oscar Schmidt uma camisa autografada por todos os jogadores da seleção campeã e muito mais do que isso: o reconhecimento pelos 39 anos formando atletas para o basquete brasileiro.
Surpreendida pela homenagem, Thelma não segurou as lágrimas. E a emoção continuou noite a dentro, fazendo com que não pregasse o olho durante a madrugada. “Nossa, não esperava. Foi tão emocionante que passei a noite acordada. Não tenho como agradecer a homenagem e a oportunidade de ter comandado uma seleção brasileira pela primeira vez. Agradeço a CBB, ao presidente Guy Peixoto e a todos que me fizeram essa surpresa”, comemora a técnica conhecida como a ‘Dama de Ferro’, que esse ano recebeu ainda seu 29º troféu de melhor treinadora conferido pela Federação Paulista de Basketball (FPB), além de ter entrado para o Hall da Fama do basquete de São Paulo.
“Homenagear a Telma é quase como que reparar uma injustiça. Uma técnica com a sua capacidade já deveria ter comandado uma seleção brasileira há tempos. E logo em sua primeira participação o Brasil chegou ao topo do pódio. Ela merece toda a nossa reverência pelo excelente trabalho que vem fazendo ao longo do tempo com a base e pelo seu troféu de número 101. Que seja o primeiro de tantos outros com a seleção brasileira”, disse Guy Peixoto Jr, presidente da CBB.
O trabalho com as categorias de base começou aos 25 anos e nunca mais parou. No início, em São Bernardo do Campo, e há 25 anos no Pinheiros onde atua como técnica de duas categorias e é coordenadora de toda a base. “Tenho apenas quatro fins de semana por ano sem trabalhar. E não me canso porque amo o que faço”, afirma Telma.
A homenageada classifica 2017 como um ano de ouro. “Esse ano fui campeã nos quatro campeonatos que disputei com a categoria 16 anos, sendo que no Estadual tivemos apenas uma derrota em 26 jogos. Com a equipe de 15 anos também levantamos os títulos estadual e metropolitano. Vencemos ainda a Copa Brasil e todos os títulos à frente das equipes masculinas do Pinheiros. E isso sem falar no sul-americano com a seleção, do qual senti um orgulho imenso”, contabiliza.
Para 2018 Telma não pede muito: “Trabalhar, que é o que gosto de fazer. Ver jogadores que começaram comigo chegarem à seleção me dá um prazer enorme. Ontem mesmo, o Demétrius me lembrou de que fui a única técnica que o cortou da seleção paulista, mas foi por uma questão de idade”.