A reunião foi conduzida por Carlos Vicente Andreoli, diretor Médico da CBB
A quinta-feira (04 de junho) foi de debate da Área de Performance da Confederação Brasileira de Basketball (CBB). Durante pouco mais de quatro horas, médicos, jogadores, atletas, dirigentes e jornalistas debateram sobre o retorno da prática esportiva no basquete após a pandemia da COVID-19. O encontro aconteceu pelo aplicativo Zoom e contou com a participação de 300 pessoas, com a apresentação de slides, vídeos instrutivos e também depoimentos de atletas como Vitor Benite, do San Pablo Burgos e da Seleção Brasileira, que está em Burgos, na Espanha, onde os treinos já retornaram para o retorno do Espanhol.
A reunião foi conduzida por Carlos Vicente Andreoli, diretor Médico da CBB e médico da Seleção Masculina. Ao fim da reunião, também foi criado um e-mail, o coronavirus@basquetebrasil.org.br, aberto para que atletas, técnicos, clubes e todos os envolvidos com o basquete brasileiro possam enviar suas dúvidas que serão respondidas por médicos e profissionais da área de saúde.
“Trabalhar em conjunto com a comunidade do basquete é primordial, quando autorizado pelas agências de saúde, o retorno à prática acontecerá com situações de convívio diferentes e atletas, familiares, técnicos e oficiais precisarão trabalhar em sintonia. Cabe à CBB e nosso departamento médico seguir as orientações da FIBA e do COB e auxiliar das federações para preservar a saúde do atleta e familiares. O Fórum de Discussão visa apresentar um guia de orientação ao retorno à prática visando atender os atletas da categoria adulta e da base, mas que nenhum atleta seja prejudicado no retorno. Criaremos um canal de comunicação com cinco médicos para auxiliar nas dúvidas das federações, dos atletas, comissão técnica e oficiais”, disse Andreoli.
O encontro ainda teve a presença do médico Paulo Szeles, da médica infectologista Paola Cappellano Daher; do médico Luís Fernando Funchal, que participou do protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF; da atleta Nádia Colhado; da gerente da seleção feminina, Adriana Santos; do técnico do Corinthians e auxiliar da seleção masculina, Bruno Savignani; do preparador físico do Flamengo e da seleção masculina, Bruno Nicolaci; de Guilherme Teichmann, jogador do Corinthians e presidente da Associação de Atletas Profissionais de Basquetebol do Brasil (AAPB); além do coordenador de aptidão física da FIBA/CBB, Ramiro Inchauspe.
“Vocês puderam reparar como a plateia foi heterogênea. Médicos, federações, clubes, gestores, atletas, Associação com o Teichmann. Atletas profissionais, da base, até quem estuda nos Estados Unidos, árbitros, a Liga de Basquete Feminino (LBF). É muito importante essa discussão. Temos tratado à nível internacional, após o protocolo, recomendação da FIBA. A preocupação é grande. Todos os jogos de base, campeonatos, foram jogados para 2021”, comentou Andreoli.
Debate de cenários
Durante o encontro, Andreoli apresentou exemplos e experiências realizadas em clubes e outros ambientes esportivos no Brasil e no mundo. Ao fim de cada apresentação, o assunto foi aberto para debate de todas as partes, que estão aprendendo a viver com essa nova realidade. Vitor Benite, por exemplo, lembrou do recomeço dos treinos.
“No início, tínhamos um grande frasco de álcool em gel e a cada momento de paralisação do treino, antes de tocar novamente na bola, todos faziam a limpeza das mãos com o álcool em gel. Estamos vivendo isso há quatro semanas já, mas o protocolo vai mudando. Aqui na Espanha, para o retorno, foram feitos todos os testes nos jogadores das equipes, e todos deram negativo”, comentou ala/armador do San Pablo Burgos, da Espanha.
A conversa também debateu o cenário das categorias de base, que tem universo diferente do profissional. Médica infectologista, Paola Cappellano Daher disse ser a favor da medição de temperatura dos atletas antes da entrada no ambiente de quadra. Já Luís Fernando Funchal, que participou do protocolo da CBF, lembrou que as ações podem ir mudando no decorrer dos dias, e que os resultados proativos das escolhas irão delimitar a sequência e possíveis mudanças nos protocolos.